segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A sete palmos....



Hoje fui á um enterro...
Nunca tinha ido a um antes.
É uma sensação tão estranha,parece que a qualquer momento todo mundo vai cair na gargalhada e dizer que tudo aquilo só era uma brincadeira de mal gosto.
É tudo tão irônico,não se podia esperar só mais um pouquinho ? até passar o aniversário de casamentos deles,os dois que se amavam tanto,que faziam de dois um,agora é só um.
As vezes eu tinha a impressão de ve-lo respirando,ai eu pensava "ele vai levantar e rir de todos que estão chorando".
Mas não,ele não levantou...
A frieza com que se cava uma cova,é revoltante,não sei explicar o que senti quando vi,mas foi uma espécie de revolta com angústia.
O caixão desce sete palmos,pessoas jogam flores e,logo em seguida a terra o cobre por inteiro,e de repente não se ver mais nada,nada além de uma montanha de terra.Da para acreditar que tem alguém ali embaixo ?
É tudo tão morbido,tão frio !
Ora pessoas choram,ora riem,ora rezam,ora pedem perdão,é uma confusão de sentimentos.
Ninguém sabe ao certo o que dizer,nenhuma palavra conforta e nenhuma abraço é suficiente para arrancar do peito aquela angústia que se sente.
É a lei da vida,essa é única certeza que temos,a única !
Acho que a pior parte é chegar em casa e sentir o cheiro,ver as roupas,a escova de dente,o lado da cama que antes tinha alguém,e que agora está vázio.
A pessoa que se vai,podia levar consigo TUDO,roupas,cheiros,obejtos,mas não,ela não leva,tudo fica aqui,tudo e mais a saudade.
Aaaahhh a saudade,ela machuca e faz rir,as vezes me pego chorando e logo em seguinda rindo,de tudo aquilo que se foi vivido ao lado daquela pessoa.
E o que fazer quando a saudade bater ? Quando o desespero tomar conta do coração ?
Quando o desejo de um abraço for insaciavel ?
Eu,particularmente aperto com todas as minhas forças o meu travisseiro e choro até dormir...




Marina F.

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