quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Amor é tipo leite.


”Quando eu era criança tinha uma mulher velha que jogava um palito de fósforo aceso no café e via o futuro na mancha que fazia quando o palito apagava.
Uma vez eu tomei um fora na escola e chorei em casa.
A velha jogou o fósforo.
Falou que era amor.
No dia seguinte foi a mesma merda.
Botei a culpa na velha.
Depois com o tempo descobri que o problema era o café.
Porque café não tem nada a ver com amor.
Café desce rasgando e te deixa ligado.
Amor não.
Amor é tipo leite.
Tem prazo de validade curto e azeda muito rápido.
E longa vida tem conservante.
Uma mentira embalada.
Só parece seguro porque está em uma caixinha.
Depois que abre é igual a qualquer outro.
Não sei como chorei por aquele ridículo da escola.
Ele era horrível.
Amor é tipo isso, derivado de leite com embalagem bonita na geladeira do mercado.
Você quer muito, às vezes fica doente de vontade, mas depois que bebe vê que nem foi tudo aquilo.
E sem as embalagens, no fundo, danone, queijo, manteiga… é tudo a mesma merda.
Fica lá em você boiando até sumir.
Teu corpo absorve o bom.
E o ruim vai embora."

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